quarta-feira, 29 de abril de 2009

Coração em formato retangular



Vieste leve lembranca
que se acende como vela,
me fizeste prisioneira no
seu carcere invisivel.

Sabes que mesmo estando
tao ausente
Es o silencio que desejo
para os dias de castigo.

Inventaste para nós um
coração em formato retangular
tudo o que se sentia
era impossivel anular.

Flor que perece
se torna num dia cinza
a unica que aquece
e depois morre fria.

terça-feira, 28 de abril de 2009

Ressaca de Presidente




Uma tecla, uma vida
um soneto, um pecado
se todos estiverem como eu
o mundo estaria mais que acabado.

Vamos quero um presidente
que nao me de mais
uma maldita ressaca
no dia seguinte.

Pode ser doce
assim estaria melhor
mais que no fim das contas
nao me deixasse com o bolso furado.

Quero uma primeira dama
com filtro e tudo
feita de plastico
e maleavel como o vel.

Se voce nao for capaz
de me dar um presidente
e uma horanda primeira dama
eu nao vou me submeter

a todo esse lixo de merda
a toda essa droga ambulante.



Vou comecar a postar aqui no blog, algumas letras, poemas e pequenas anotacoes que sao feitas por mim no meu dia a dia. Este e' o primeiro da sessao.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Manhã de Embriaguez - Arthur Rimbaud



Ó meu Bem! Ó meu belo! Fanfarra atroz em que não tropeço mais!
Cavalete feérico!
Viva a obra inaudita e o corpo maravilhoso, pela primeira vez!

Isso começou com risos infantis e terminará assim.
Esse veneno vai ficar em nossas veias mesmo depois da fanfarra volver, quando voltarmos à antiga desarmonia.
Ó agora nós, tão digno dessas torturas. Unamos com fervor essa promessa sobre-humana feito a nossos corpos e almas criados: essa promessa, essa demência!
Elegância, ciência, violência!
Prometeram-nos enterrar na sombra a árvore do bem e do mal, desterrar as honestidades tirânicas, a fim de que levássemos nosso amor tão puro. Isto começou com uma certa náusea e acaba assim, - não podendo nos apanhar desta eternidade, de repente, - isto termina numa fuga de perfumes. Risos infantis, discrição de escravos, rigor de virgens, horror das figuras e dos objetos daqui, sagrado sejas em memória da vigília. Isso começava com toda a grosseria, eis que termina com anjos de fogo e gelo.
Breve vigília de embriaguez, santa! não fosse só pela graça dessa máscara que nos destes!
Nos te afirmamos, método!
Não esquecemos da glória com que honrastes nossas idades.
Temos fé no veneno. Sabemos doar nossa vida inteira, todo dia.

Este é o tempo dos Assassinos.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Perdendo meu apetite...

Vejo a juventude, citando frases de grandes lideres revolucionários, penso em um combate armado, sangue, mortes, civis sem pernas... será que os nossos jovens revolucionários conseguiriam suportar essas imagens na vida real? Ou a revolução e revolta não passa de um sentimento romantico, de uma moda passageira?

Vivemos num país de muitas promessas, de fome (seja de comida ou de vida), e estamos por aí, fortes a dizer que tudo um dia vai mudar, mas quem vai mudar por você?

As mulheres, fico indignada com a maioria que vejo por aí, será que a revolução feminista e toda a opressão que a mulher sentiu, toda o preconceito que enfrentou para que nós hoje tenhamos os mesmo direitos que os homens foi em vão?
Não sou feminista, não sou sexista, mas acredito no valor real do ser e na igualdade.

Tantos pensamentos do século passado que vivenciamos no nosso dia-a-dia e nem percebemos, somos froxos, deficientes da nossa história, até quando seremos assim cabra cegas em frente ao espelho?


Fujamos todos, pois a sociedade não merece nosso esforço? ou continuaremos até o fim, sendo como somos, sendo os renegados da mãe sociedade?

Não sei se realmente vale a pena sujar minhas mãos de sangue por essa sociedade, tudo que for feito por mim pela igualdade será feito para mim, só quem já passou necessidade de algo, sabe o que é o vazio, estou cansada desses olhares modistas que se deparam comigo.

Sejamos nós, não neguemos nossos sentimentos e nem fujamos de nossa espécie, mas podemos muito bem mudando certas atitudes, adquirir novos valores, novas liberdades e novas felicidades, que hoje quer dizer carro novo no mercado, mas que na verdade é uma faca sem cabo.




"Que grande seja o sentimento de revolução, mas que maior ainda sejam as pequenas ações no nosso dia a dia!"

terça-feira, 14 de abril de 2009

PANIS ET CIRCENCES



(Política Pão e Circo no Brasil)


A política do pão e circo utilizada durante o Império romano, talvez nunca tenha morrido, política esta, que até hoje está viva no Brasil principalmente por ser um país de futebol e carnaval.
Podemos dizer que é circo tudo aquilo que tira a atenção do povo, e volta esta atenção para coisas completamente banais e entretenimento podre. Não da pra deixar de pensar que enquanto todo o circo é montado a população ainda necessita de cuidados básicos: emprego, moradia, alimentação, educação e segurança.
Muitas vezes vemos a televisão fazer esse papel de entretenimento ridículo (Ex:BBB), porque hoje em dia fica mais fácil, mas comodo simplesmente receber uma misera parcela do que lhe é de direito (um pouco de pão), como por exemplo, hoje as ajudas sedidas pelo governo: Bolsa Família, Bolsa Esola, os Auxílios Gás, Luz, Desemprego, do que lutar por uma vida melhor.
Se a comodidade veio com o séc. XXI, estamos satisfeitos como os bobos em Roma também ficaram e vamos nos arrepender amargamente quando descobrirmos que estamos sendo enganados.
O governo pode te proporcionar cultura, mas não se deve levar tanto ao pé da letra todas as formas de entretenimento, se não ficaremos a margem, ficaremos baratinados demais pra mudar nosso quadro social.
A única diferença da política pão e circo de Roma e a nossa é que na nossa os palhaços ficam na plateia assistindo alegremente toda a suposta palhaçada.
Tudo deve ter um limite. Se não quem vai herdar as consequências somos nós mesmos enquanto agimos inconsequentemente. Enquanto nos distraímos, tem sempre alguém alerta pronto pra dar o bote, isto você podemos ter certeza.


Panis Et Circenses
Os Mutantes

Composição: Caetano Veloso e Gilberto Gil

Eu quis cantar
Minha canção iluminada de sol
Soltei os panos sobre os mastros no ar
Soltei os tigres e os leões nos quintais
Mas as pessoas na sala de jantar
São ocupadas em nascer e morrer

Mandei fazer
De puro aço luminoso um punhal
Para matar o meu amor e matei
Às cinco horas na avenida central
Mas as pessoas na sala de jantar
São ocupadas em nascer e morrer

Mandei plantar
Folhas de sonho no jardim do solar
As folhas sabem procurar pelo sol
E as raízes procurar, procurar

Mas as pessoas na sala de jantar
Essas pessoas na sala de jantar
São as pessoas da sala de jantar
Mas as pessoas na sala de jantar
São ocupadas em nascer e morrer