sexta-feira, 17 de abril de 2009

Manhã de Embriaguez - Arthur Rimbaud



Ó meu Bem! Ó meu belo! Fanfarra atroz em que não tropeço mais!
Cavalete feérico!
Viva a obra inaudita e o corpo maravilhoso, pela primeira vez!

Isso começou com risos infantis e terminará assim.
Esse veneno vai ficar em nossas veias mesmo depois da fanfarra volver, quando voltarmos à antiga desarmonia.
Ó agora nós, tão digno dessas torturas. Unamos com fervor essa promessa sobre-humana feito a nossos corpos e almas criados: essa promessa, essa demência!
Elegância, ciência, violência!
Prometeram-nos enterrar na sombra a árvore do bem e do mal, desterrar as honestidades tirânicas, a fim de que levássemos nosso amor tão puro. Isto começou com uma certa náusea e acaba assim, - não podendo nos apanhar desta eternidade, de repente, - isto termina numa fuga de perfumes. Risos infantis, discrição de escravos, rigor de virgens, horror das figuras e dos objetos daqui, sagrado sejas em memória da vigília. Isso começava com toda a grosseria, eis que termina com anjos de fogo e gelo.
Breve vigília de embriaguez, santa! não fosse só pela graça dessa máscara que nos destes!
Nos te afirmamos, método!
Não esquecemos da glória com que honrastes nossas idades.
Temos fé no veneno. Sabemos doar nossa vida inteira, todo dia.

Este é o tempo dos Assassinos.

Um comentário:

  1. Olá Fran, já tinha passado pelo blog mas não o havia visitado depois de torná-lo colorado! Olha, temos muito em comum, você sabe...rsrs. Inclusive o gosto por blogs e por alguns poetas. Conheço Rimbaud sim e gosto muito, embora tenha lido pouca coisa dele. Já tentei baixar o filme com o Di Caprio, sobre o poeta, mas não tive sorte, se tiver uma dica para consegui-lo me fale. Gosto do desespero, do quebrar de padrões, do exagero de autores como Baudelaire e Rimbaud! Faz bem! Abraço!

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